sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Violência sexual

Violência sexual não tem graça: Zorra Total repete lógica de Rafinha Bastos
Suely Akemi

É inaceitável que a emissora líder mantenha um programa que defende práticas tão nefastas, num país onde uma mulher é violentada a cada 12 segundos; onde 43% das mulheres sofrem violência doméstica.


Humorísticos recorrem à estupidez para alavancar audiência
Talvez você não perceba. Talvez até ache graça. Mas a violência contra as mulheres está sendo incentivada dentro da sua casa, de forma nada sutil, no humorístico Zorra Total. No principal quadro do programa, chamado “Metrô Zorra Brasil”, todos os sábados à noite, duas amigas travam um diálogo dentro do vagão lotado. Na fórmula do roteiro, lá pelas tantas, em todos os episódios, um sujeito se aproxima, encosta e bolina a mulher de várias formas. No episódio do dia 9 de julho, o quadro mostrou a mulher sendo “tocada” em suas partes íntimas com a “batuta” de um maestro. A mulher atacada, Janete (Thalita Carauta), cochicha com sua amiga Valéria (Rodrigo Sant’anna), que, ao invés de defendê-la, diz: “aproveita. Tu é muito ruim, babuína. Se joga”. A claque ri.

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O ataque relatado pelo programa acontece todos os dias com milhares de mulheres no nosso país. Só nós mulheres podemos medir a humilhação pela qual passamos nos trens e ônibus lotados e suas consequências. Não tem graça.

No metrô de São Paulo, o mais lotado do mundo, numa manhã de abril, uma jovem trabalhadora foi violentada sexualmente num vagão da linha verde, considerada uma das melhores. Um crápula a segurou pelo braço, ameaçou, enfiou a mão sob sua saia, rasgou sua calcinha e a tocou. Os passageiros perceberam, tentaram agir, mas o homem fugiu. O caso foi registrado como estupro na 78º DP da capital paulista. Impossível rir disso.

É sabido que a Rede Globo nunca foi uma defensora das mulheres e da diversidade. Mas o Zorra Total foi longe demais. O quadro do programa incentiva a violência contra às mulheres e o estupro, de uma forma sistemática, já que o ataque é parte da estrutura permanente do texto. Ou seja, todas as semanas, a Rede Globo diz que as mulheres que sofrem abuso sexual devem “aproveitar” e “agradecer”, como se fosse uma dádiva.

Repete a lógica do humorista Rafinha Bastos que, pelo Twitter, escreveu que as feias deveriam agradecer ao serem estupradas. E está sendo processado por isso.

O quadro tem alcançado liderança de audiência nas noites de sábado, atingindo cerca de 25 pontos de audiência. Ou seja, milhões de lares recebem toda semana a mensagem de que é natural abusar sexualmente de mulheres no metrô, nos trens, nos ônibus. Não é preciso muito para saber que o quadro certamente terá efeitos sobre esse público, naturalizando a violência contra a mulher, diminuindo a gravidade de um crime, tornando-o algo menor, sem importância.

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Essa brincadeira não tem graça. É no mínimo lamentável que o talento da dupla de humoristas esteja sendo desperdiçado em um quadro que incentiva o ataque às mulheres trabalhadoras. É revoltante que a emissora líder mantenha um programa que defende práticas tão nefastas, num país onde uma mulher é violentada a cada 12 segundos; onde uma mulher é assassinada a cada duas horas; onde 43% das mulheres sofrem violência doméstica.

Suely Akemi
Prefeitura de Guarulhos
Secretaria de Desenvolvimento Urbano

Contra o massacre na Síria

Caros amigos,




A sangrenta repressão na Síria é alimentada pela renda obtida com a venda de petróleo à Europa. Sanções contra o petróleo sírio vindas de toda a União Europeia prejudicariam gravemente a capacidade da Síria de continuar com o massacre. Clique aqui para exigir que as lideranças da UE imponham sanções imediatas contra o petróleo sírio:

“Assine
Durante meses, o brutal presidente da Síria, Assad, tem contratado capangas para guerrear contra seu próprio povo. Líderes de governo de todo o mundo já condenaram essas atrocidades, mas países europeus de destaque têm o poder de interromper o fluxo de capital que financia esse banho de sangue.

Alemanha, França e Itália são os três principais importadores de petróleo sírio. Se esses países decidirem impor sanções imediatas da UE, os recursos de Assad para continuar com o massacre se esgotarão. Assad tem ignorado os apelos políticos para refrear suas investidas, e as lideranças da UE têm discutido medidas para reforçar sanções, mas apenas um grande protesto global as pressionará a agir com urgência.

Não temos tempo a perder - diariamente, dezenas de sírios são mortos a tiros, torturados ou desaparecem simplesmente por exigir direitos democráticos fundamentais. A UE pode parar imediatamente de financiar a repressão. Clique no link abaixo para assinar a petição para que os chefes de Estado da UE adotem imediatamente sanções contra o petróleo da Síria:
http://www.avaaz.org/po/no_blood_for_oil/?vl

Todos assistimos e lemos sobre a horrenda violência na Síria. Grande parte dessa cobertura vem de jornalistas cidadãos apoiados pela Avaaz que arriscam suas vidas para relatar sobre a repressão de Assad. E agora temos uma oportunidade de transformar nosso horror em ação. Especialistas dizem que sanções da UE contra o petróleo sírio interromperiam seriamente o fluxo de capital para o cruel exército de Assad sem produzir consequências negativas significativas para a economia europeia nem para a população síria.

Quase todo o petróleo exportado da Síria é comprado e refinado pela Alemanha, França e Itália, mas estes países ainda não usaram o grande peso de sua relação comercial com Assad como moeda de barganha em troca de proteção ao povo sírio. Todavia, eles denunciaram a violência, e os jornais informam que algumas lideranças da UE já estão fazendo pressão por sanções ao petróleo sírio. Vamos exigir que elas reforcem a pressão e aprovem essas sanções imediatamente, interrompendo a máquina que alimenta o regime assassino de Assad.

Junte-se agora mesmo ao apelo pela interrupção do fluxo de capital que financia as forças sírias. Clique no link abaixo para assinar a petição por sanções da UE contra o petróleo da Síria e encaminhe esta campanha a todos os seus contatos:
http://www.avaaz.org/po/no_blood_for_oil/?vl

Os membros da Avaaz têm tido um papel crucial de apoio aos sírios em sua luta por liberdade, democracia e direitos humanos. Grande parte das imagens e informações exibidas mundialmente sobre essa luta é financiada com pequenas doações de membros da Avaaz em todo o mundo. Vamos aproveitar esse impulso em prol de mudanças duradouras neste momento de escalada da violência contra o povo sírio e insistir que a União Europeia tome medidas imediatas.

Com esperança,

Stephanie, Pascal, Morgan, Alice, Ricken, Wissam e o resto da equipe da Avaaz

MAIS INFORMAÇÕES

Nove morrem em protesto na Síria na sexta-feira do Ramadã (G1)
http://g1.globo.com/revolta-arabe/noticia/2011/08/nove-morrem-em-protesto-na-siria-na-sexta-feira-do-ramada.html

EUA e UE anunciam mais sanções a Damasco (Estadão)http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,eua-e-ue-anunciam-mais-sancoes-a-damasco,754476,0.htm

Oposição síria quer sanções sobre petróleo (Itamaraty)
http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/selecao-diaria-de-noticias/midias-nacionais/brasil/o-estado-de-sao-paulo/2011/08/04/oposicao-siria-quer-sancoes-sobre-petroleo

União Europeia afirma que violência na Síria "supera o aceitável" (Folha.com)
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/956149-uniao-europeia-afirma-que-violencia-na-siria-supera-o-aceitavel.shtml

Ativistas denunciam 15 mortes na Síria e EUA impõem mais sanções (Diário de São Paulo)
http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2011/08/121307-ativistas+denunciam+15+mortes+na+siria+e+eua+impoem+mais+sancoes.html