terça-feira, 6 de março de 2012

Cláudia Marczak



O sexo é sagrado

O sexo é sagrado,

como salgadas são as gotas de suor

que brotam dos meus poros

e encharcam nossas peles.

A noite é meu templo

onde me torno uma deusa enlouquecida

sentindo teus pelos sobre a minha pele.

Neste instante já não sou nada,

somente corpo,

boca,

pele,

pêlos,

línguas,

bocas.

E a vida brota da semente,

dos poucos segundos de êxtase.

Tuas mãos como um brinquedo

passeiam pelo meu corpo.

Não revelam segredos

desvendam apenas o pudor do mundo,

descobrem a febre dos animais.

Então nos tornamos um

ao mesmo tempo em que

a escuridão explode em festa.

A noite amanhece sem versos,

com a música do seu hálito ofegante.

O sol brota de dentro de mim.

Breves segundos.

Por alguns instantes dispo-me do sofrimento.

Eu fui feliz.

 
 
"As palavras podem criar tanto felicidade como sofrimento. Procure sempre falar palavras que inspirem autoconfiança, alegria e esperança."
(Daisaku Ikeda)

Estas lindas mulheres...















Texto com ilustração do cabrito - lindas mulheres

 

 

Piada pronta


Crônicas do Motta 
 

A entrada de José Serra na corrida sucessória para a prefeitura paulistana deu inteira razão àqueles que acham que a política não é coisa séria.
 

Serra, por si só, já é um desses personagens que o tempo encarregou de tornar mais ridículos, com aquele seu ar de intelectual formado pelo almanaque Capivarol, aquelas frases que parecem ter saído da boca do Conselheiro Acácio e o ar soturno que lembra o cardeal Richelieu.
 

É incrível como tem gente que ainda diz coisas tão absurdas como "o Serra é competente"!

O Serra é, como dizem, a piada pronta.

Agora, então, está numa fase esplendorosa.
 

Sua atuação, desde que resolveu, bem ao seu estilo, atropelar os ritos formais que tentavam dar um ar de seriedade à escolha do candidato tucano à prefeitura paulistana, tem sido um primor.
 

Aquela do "Estados Unidos do Brasil", tendo como escada o ex-jornalista "Boris é uma vergonha" Kasoy, outra caricatura ambulante, é para figurar em qualquer antologia das maiores besteiras jamais ditas por um político em todos os tempos.
 

Se bem que, com Serra, a seleção desses piores momentos seja uma tarefa complicada. Basta lembrar, por exemplo, o episódio da "gripe suína" : "Ela (a gripe suína) é transmitida dos porquinhos para as pessoas só quando eles espirram. Portanto, a providência elementar é não ficar perto de porquinho nenhum", disse certa vez, para tranquilizar a população sobre os riscos de uma epidemia da doença em São Paulo.
 

O homem é fogo mesmo.

Com ele, uma campanha eleitoral é garantia de muitas emoções.

Principalmente hoje quando a oposição está de posse das informações do livro "A Pirataria Tucana", que exalta as qualidades, vamos dizer assim, "capitalistas", do nosso personagem.

É ver para crer.
 

E enquanto isso, vamos torcer para que os Datafolhas da vida continuem com o nobre trabalho de dar fôlego à sua candidatura.
30%, 35%, 49%, 52%...

Afinal, ele é ou não o nosso herói, o homem que levou uma surra do ignorante Lula e outra do "poste" Dilma?

Não é o sujeito que assinou declaração passada em cartório dizendo que iria cumprir integralmente seu mandato de prefeito paulistano?

Não é o político que limpa as mãos com álcool depois de apertar as de seus eleitores?
 

Não é o economista brilhante que escolheu o Estadão e a Folha para publicar suas "teses"?
 

Com todo esse currículo, nada mais justo que Serra dê a sua contribuição ímpar para tornar esta uma campanha inolvidável.
 

E que continue a nos fazer rir nas muitas outras que virão.