sábado, 16 de agosto de 2014

Wilkeer Souza.

E não conte nada disso a ninguém, por favor!
— Escritores são loucos, é, conversam sozinhos achando que esses papéis rabiscados iam resolver teus problemas do dia a dia. Tenho dó deles, coitados, pobres loucos sonhadores. - risos.
Já até ouvir falar de uma história que o escritor chegou ao ponto do suicídio, matando seus poemas em folhas pardas, fome de palavras, pois não conseguia escrever nada além da tua dor literária, apagou tudo em lágrimas manchadas. Mas será que isso é verdade? Eu não duvido, muitas vezes achamos que a morte pode aliviar a dor e nem pensamos que a morte ira retirar a vida sobrecarregada, liberando teu corpo sobre as linhas tortas manuscrita por noites de insônias, bêbado, embriagado com músicas calmas e compreendendo a essência da vida sobre os teus erros. São loucos, nunca serei escritor, nunca, nem ao menos tentaria ser um. Imagine só, dividir tudo que aprendi com pessoas desconhecidas, analfabetas, pois muitos iram ler e nunca saberiam o que aconteceu no enredo da história, contexto de velhos sentimentos de um homem insolente. É a capa nova, folhas amaçada, livros rasgados - é isso que o escritor é destinado a expor nos teus olhares? Não, não serei nada disso. Prefiro lidar com meus próprios erros, sem precisar da ajuda de ninguém.
Quero lhe contar mais uma coisa sobre mim, eu tento escrever todas as noites, mas sem a intenção que alguém leia meus versos, escrevo para uma parte de mim que ainda desconheço, escrevo para alguém que tento esquecer todo santo dia, escrevo sobre o que vivi nesses anos, sobre essa solidão que toma conta de tudo ao meu redor, escrevo para não falar sozinho, para não morrer todas as vezes que relembrar do sorriso de alguém, escrevo para não me chamarem de louco.
Mas não penso em ser escritor, tenho apenas a vontade de ficar eternamente na vida de alguém, marca tua boca com belas palavras, ser lembrado pelo menos alguns segundos sequer durante o dia difícil que iram ter, e pensarem: “como esse cara é foda”, conseguiu decifrar o que eu sinto sem ao menos falar com meu peito, ou ouvir meus sussurros. Pois de solidão ele sabe bem o que falar, por que quem tenta ser escritor morre sozinho, morre a cada ponto e ressurge a cada vírgula com o propósito de abrigar as pessoas nas tuas palavras, falsos escritores são amigos desconhecidos que nunca tivemos e que sempre estariam contigo no começo de um conto; “era uma vez”. Mesmo que seja sobre algo que nunca viveu, mas sempre sonhou.
E nisso notamos que louco é quem ama, e escritor é um louco apaixonado pela literatura, um admirador secreto do amor.
” 

—  Wilkeer Souza.  (via espeliarmus)